Mercado: Renault Twingo

Bem, esta matéria foi induzida por uma pessoa que tem uma queda pelo Renault Twingo. Este carro, apesar de ter parado de ser comercializado aqui no Brasil em 2002 merece certa atenção, não diretamente proporcional ao seu tamanho.


Chamado injustamente de patinho feio, lançado em 1993, entrou no Brasil em 94, o Twingo é um carro que poderia partilhar a história de sucesso do Ford Ka: é um carro pequeno, pra quatro pessoas, bem produzido, com foco urbano, confortável e com acabamento muito bem elaborado. Versátil, apesar do porta-malas comportar menos que 170 litros (um Ka da primeira geração levava quase 190), ele já possuia recurso do branco traseiro corrediço, e quando dobrado, pode levar mais de 1000 litros.

Seu motor é condizente com seu tamanho diminuto - começou a ser vendido com um motor 1.2 de 55 cv importado da França, em 99 passou a ter um novo motor 1.0 8V de 59 cv, e em 2002 recebeu cabeçote de 16 válvulas, passando à 68 cv. São números acanhados, mas comparáveis aos nossos 1.0 da época e, dado seu tamanho, lhe proporcionava um desempenho justo.

Tamanho não é documento - Este carro tinha acabamento de padrão internacional. Enquanto nossos carros por aqui não tinham nem direção hidráulica, nem vidros elétricos, air-bag era luxo inimaginável em carros desta categoria. Mas o Twingo tinha estas bolsas infláveis na maioria das versões, além das barras de proteção lateral. Ponto para os importados da época. Em 99, quando passou a vir do Uruguai, foi inaugurado a versão Pack, que incluia ar condicionado, vidro elétrico, e CD player com comando no volante. Na sua despedida, em 2002, veio o pacote de luxo Initiale, que contava inclusive com rodas de liga leve, bancos de couro e faróis de neblina.

No mercado de usados, o Twingo é coisa não muito comum de se ver, mas quem tem garante que é um bom carro e que aguenta o tranco. Há algumas versões consideradas 'mico', como a Easy, que conta com um sistema de embreagem automática - algo como o Palio Citymatic. Nestas épocas de IPI reduzido pra acalmar a crise, o que fez os preços dos carros darem uma reduzida geral, com R$ 12 mil é possível barganhar por uma versão 2001, completa. O segredo de manter este carro andando é a nossa velha conhecida manutenção preventiva.


Lá fora as coisas são diferentes - É uma pena que a Renault tenha parado de importar (ou até pensasse em fabricá-lo por aqui) este carro. Na Europa ele virou carro de gente grande, e se ele estivesse aqui, com certeza roubaria a cena do Citroën C3, ou do Peugeot 207. Tudo bem que ele é menor que estes concorrentes, mas dado seu carisma e design cativante ele teria um público devoto de carteirinha.

- Vinícius Esgalha, que até teria o trabalho de comprar um Twingo antigo e restaurar, só pra dar pra pessoa supra citada. Mas falta dinheiro.