Teste Completo: Chevrolet Corsa Hatch

O mercado de automóveis é às vezes um tiro no escuro. A Volkswagen lançou o Gol, e fez um sucesso absurdo, a Fiat lançou o Uno, e foi outro recorde de vendas durante anos. A GM lançou o Chevette, e não conseguiu os mesmos números. Por quê? É difícil de dizer, já que os carros tinham atributos e precedentes parecidos.

Quando a GM remodelou o Corsa no Brasil, tal qual ele é hoje, em 2001/2002, a Ford havia remodelado o Fiesta, a Volks ainda arrancava suspiros com o Gol G3 e começava o Fox, e a Fiat arrebentava com o Palio, em sua segunda geração. Só que a Chevrolet não conseguiu alcançar (com o Corsa Hatch) os números de seus concorrentes diretos. Por quê? Talvez por falta de planejamento, talvez pelo design. O fato é que não há uma explicação concreta pra isso. Há diversos fatores que culminaram pra que o Corsa fosse um carro de sucesso, mas que ainda sim vendesse menos que seus rivais.

Todas as montadoras com seus carros compactos lançaram motorizações entre 1.0 e 2.0; e o Corsa estava junto com seu motor 1.0, e o 1.8 da Powertrain. Todos sempre tiveram a mesma gama de acessórios, todos compartilham os números semelhantes de espaço e dimensões. O design, se não é algo que agrada (o que particularmente eu discordo), ele também não é muito diferente dos outros, tanto pela lanterna traseira superior, semelhante ao Fiesta, tanto pelo formato arredondado, semelhante ao Fox, quanto pela frente em cunha, semelhante ao Palio.

A grande sacada das outras montadoras, e talvez a derrocada da GM foi o lançamento da motorização intermediária. O Brasil caminhava para não dar mais o incentivo às motorizações 1.0, e as outras montadoras começaram a explorar os motores 1.3, 1.4, 1.5, 1.6, com seus respectivos cabeçotes 16 válvulas em alguns casos. Enquanto a GM dava fim à produção do seu motor 1.4 mpfi para o mercado brasileiro – esse motor continuou a ser produzido para a América Latina. A Chevrolet perdeu o timing dessa estratégia, e só lançou o motor 1.4 reformulado no Prisma, o Celta sedan da segunda geração. E então após a consagração desse motor, é que ele foi difundido no Corsa e sua família. Chegou atrasado.

Está fazendo um sucesso como nunca fez antes, mas chegou atrasado. O motor ainda vai durar bons anos, talvez até em outros carros, mas o Corsa já não é o mesmo, e mostra seus sinais de cansaço.

O Corsa hoje é um ótimo carro, com seu custo/benefício elevado, já que o preço dele está bastante em conta. Na versão de entrada Joy, ele fica ao preço de um carro de categoria inferior, mas se for apostar na compra de um Corsa, leve o Maxx, versão intermediária, que já vem com ar-quente, desembaçador e limpador traseiro, rodas aro 14, e direção hidráulica. Ainda há a versão Premium, que é mais completa, e não está mais restrita somente a motorização 1.8 como era antes. A menos que queira levar a versão Joy, não leve o motor 1.0 VHC, que apesar de muito bom (posso dizer que é o melhor motor 1.0 da atualidade), está com o preço muito próximo do motor 1.4, que é indiscutivelmente melhor: são mais de 100 cavalos, anda próximo do 1.8 (não com o mesmo torque, obviamente), e consome tanto quanto o 1.0.

Esse hatch é um carro que não aparenta ser o que é. É verdade que ele empobreceu dentro dos últimos seis anos, perdeu alguns acessórios, e diminuiu a qualidade de alguns materiais, mas ainda sim é dono de um espaço interno e porta-malas razoável, suficiente para quem adquire um compacto. Sua suspensão, se não é tão bem acertada quanto à do Fiesta, pelo menos não é dura como a do Gol, nem tão mole como a do Palio. Os opcionais ar e direção são ótimos e cumprem sua função perfeitamente: não deixe de colocar esses itens ao comprar, ou você pode se arrepender.

É um carro confortável, e gostoso de dirigir. Sua direção tem respostas diretas, e a carroceria não pensa duas vezes em acompanhar as decisões do motorista. Seu acelerador tem respostas rápidas, e não fica processando a informação de que você quer sair de um semáforo, como num Palio, por exemplo. O isolamento acústico não é seu forte (como de todo compacto), mas o barulho do motor é um tanto instigante – longe de ter desempenho esportivo, mas suas marcas de 0 a 100 km/h, e velocidade máxima ficam bem acima de seus concorrentes.

A qualidade do material caiu, é verdade, e isso é possível verificar na forração das portas, mas em compensação, ainda por diminuição de custos, algumas peças são divididas com carros de categoria acima. É o caso do motor de arranque, que se não é o mesmo do Astra, é do mesmo fabricante, e possui um som agradável ao ligar o motor: não se escuta aquele nheco-nheco conhecido, é um som mais elaborado, e funciona melhor.

De resto, ele é um carro muito bom, mas sempre na média. A Chevrolet não deve ficar para trás para lançar seu substituto. Espera-se que ela também não espere para ampliar a gama do motor 1.4, que promete tanto sucesso para o futuro.


- Vinícius Esgalha, feliz ex-proprietário de um Corsa Hatch Maxx VHC.

PitStop

Problemas técnicos com banda larga... voltando à ativa...

Ponto de Vista: Hyundai Tucson


Alguém já parou pra olhar quantos Tucson existe nas ruas? É epidemia, tem um monte deles nas ruas, e é fácil entender o porquê. O Hyundai Tucson tem preço sugerido iniciando em R$77.201, o que para um SUV é bastante em conta. Outro fator decisivo é a falta de opção – brasileiro tem um pouco de receio de comprar carros importados, e se houvesse uma opção nacional equivalente ao Tucson, ele não seria esse sucesso de vendas. Acontece que a única opção nacional que se aproxima do Hyundai é a Chevrolet Blazer, que é antiquada, pequena, e fica no chinelo perto dos equipamentos do Tucson.

O Tucson é um ótimo carro, com potência de 142cv, ótimo espaço interno, e outros equipamentos que privilegiam sempre o conforto. A única coisa que ele não tem é personalidade. Ao olhar para a frente do carro, você tem a sensação de que já viu em algum lugar. Na traseira, a mesma coisa. No final, o conjunto da obra é harmônico. Este não é o tipo do carro que impressiona pelas linhas, mas pelo tamanho e pelo conforto.

Esse SUV tem poucos concorrentes na sua versão de entrada. Para as versões mais caras, é fácil ver concorrentes como Toyota Rav4, e Honda CR-V, todos acima dos 100 mil reais.

O ponto em que quero chegar é: alguém já parou pra pensar no Kia Sportage? A lembrança que temos do Sportage é aquele jipinho sem graça que era vendido da década de 90, quando os carros asiáticos desembarcaram por aqui. Foi uma chuva de carros ruins e atrasados até mesmo para o nosso mercado. Fernando Collor tinha razão quando considerava nossos carros umas carroças naquela época, e esses carros que vieram do outro lado do planeta não eram diferente. O Sportage veio nessa leva, e seu principal concorrente era o Suzuki Vitara.

Hoje os tempos são outros. O Kia Sportage divide a mesma plataforma, mesmo motor e outros itens com o Hyundai Tucson. Na essência, eles são o mesmo carro. Visualmente o Kia tem mais personalidade, mas mesmo assim não chega a ser autêntico. A diferença de valores entre os dois é mínima, menos de 5 mil reais, sendo que o Kia traz a mais a tração 4x4 (no Tucson, você tem que pagar pela versão GLS para ter esse opcional). De resto, os dois são carros muito bons, o motor é o mesmo 2.0 16V (ambos tem opção de motor 2.7 V6), e também têm 5 anos de garantia.

Se eu fosse comprar um SUV, apostaria no Sportage. Pelo menos, ainda não me convenceram de que há tantas diferenças relevantes, e o Kia tem visual mais harmonioso.

- Vinícius Esgalha, “SUV é pra mulher, eu quero é um Jeep Willys, ano 1968”.

Feriado

Recuperando do feriado...

Novas postagens em breve.

Impunidade

Diversas vezes eu fico estarrecido com coisas que me aparecem no trânsito. Não vou falar aqui das infrações corriqueiras como falar ao celular, não usar cinto de segurança, ou não dar seta ao fazer conversões. Tampouco vou falar de ultrapassar limites de velocidades, que particularmente acho que está mais para indústria de multas, do que para educação do trânsito.

Eu estava dirigindo pelo penoso congestionamento das 19h na marginal Tietê na cidade de São Paulo, pra ajudar com chuva, quando estou pegando um acesso para a ponte da Vila Guilherme e sou fechado por um pedaço de ferro oxidado andando. Passando por trás do veículo, eu me espanto ao ver o seguinte:


O cara ainda usa a placa amarela, aquela com 2 letras, que começou a ser substituída em 1990, e deveria ter sido extinta em 1997. O que significa que o proprietário deste carro está andando há mais de 10 anos sem recolher impostos, sem fazer vistoria, cometendo infrações, e arriscando a vida dos outros (sim, porque mesmo com ela parada, caso alguém encoste nela, irá morrer de tétano). Enquanto, eu, pago caro pra manter minhas obrigações fiscais quitadas, sou coagido a fazer seguro, já que não posso ter apoio do estado em questão de segurança, e ainda aposto que tenho mais chances de ser autuado por algum motivo banal e ele nem multado por trafegar em dia de rodízio pode ser, já que sua placa não é mais válida.

Cômico é que se o indivíduo quiser regularizar o carro, ele somente tem que passar por vistoria e pagar uma multa de 80 UFIR (equivalente à R$ 85,13), e pagar as taxas do documento novo.

- Vinícius Esgalha, brasileiro, paulista, indignado.

Carro dos Sonhos: Mini Cooper


Alguém aí já teve a oportunidade de ver um desses andando na rua? Eu já, na 23 de Maio aqui em São Paulo, e eu posso dizer que é uma imagem única.

Única por três motivos: primeiro porque é um carro exuberante, que alia tudo o que alguém com o mínimo de classe precisa – tamanho comedido, exclusividade ao extremo, potência de sobra, e relação peso/potência melhor ainda. Segundo porque é um carro desejado, e a sensação só de ver é ímpar. E o motivo mais importante é saber que o motor aspirado (Tritec 1.6) que faz os europeus delirarem com um carro desses é feito no Brasil.

Não faltam opções, desde a versão simples (que já vem completa com ABS e seis air bags), a versão turbo, versão conversível, e até uma com cabine estendida.

No filme The Italian Job (em português, Uma Saída de Mestre), há algumas tomadas em que há três Minis desfilando nas ruas congestionadas norte americanas. O filme é só feijão-com-arroz, previsível desde o começo, mas a refilmagem vale a pena por esta cena.

A presença de um Mini em um filme é sucesso garantido: ele também aparece no filme Identidade Bourne, onde uma versão antiga é guiada pela Marie (Franka Potente). No filme Austin Powers (yeah baby, yeah!) o Mini é apresentado nas cores da bandeira da Inglaterra, e atrás do volante está o pai de Austin, o sr. Nigel Powers.

Enfim, é um carro ligado com celebridades, que chama a atenção, sem precisar ter mais de 2 metros de altura, 5 metros de comprimento, ou motor V12.

- Vinícius Esgalha, o Mini Me dos bloggers.

Tamanho

... Tá bom, eu vou tentar escrever menos da próxima vez.

Acontece que era um 'teste completo', então eu tinha que escrever tudo... Ahn, antes que alguém pergunte: trata-se de um teste completo na visão de um proprietário, ou seja, as marcas de retomadas, acelerações, frenagens e outros dados técnicos serão fornecidos como dados de fábrica caso necessário. O que importa é a impressão que o carro passa, o quanto o carro agrada ou decepciona à quem dirige.

É isso!

Teste Completo: Ford Focus

Habemus Focus! Sim! Muito bom! Posso dizer com todas as palavras, já que sou um feliz proprietário, e prometo tentar não ser tendencioso nesse post.

Primeiro vamos à minha saga:

1- A Oportunidade
Eu estava feliz e contente com meu carro anterior (que falarei em outro post), até que me surge a oportunidade: trocar de carro. Dinheiro no bolso (ou em crédito, depende do ponto de vista), vamos lá procurar um carro...

2- As Opções
O problema é que não temos só uma opção de carro (feliz era meu pai, que só podia escolher entre Fusca e Brasília, e não ficava com dúvidas na cabeça). Cheguei à conclusão que seria mais difícil do que eu imaginava: depois de várias eliminações, fiquei entre VW Polo, GM Astra, e o Ford Focus.

3- A Escolha
Com a idéia amadurecendo na cabeça, fui atrás dos três carros finalistas, e fiz um test drive. Confesso que só consegui ter certeza do que estava escolhendo depois desse passo. Fiz a minha decisão...

4- A Decisão
... E até que foi fácil: Ford Focus. Optei por um preto, GLX por vir com bastante itens de série, e semi-novo por questões de custo. E lá estava eu conhecendo a novidade do mercado, o Fiat Punto, quando me aparece o Focus brilhando no pátio de carros usados. Foi amor à primeira vista.

Agora sim, vamos ao teste.

O Focus é um carro muito bem resolvido, sucesso na Europa, sucesso na América Latina, e no Brasil não podia ser diferente: sucesso desde o lançamento. Creio que só não é sucesso com os norte-americanos porque ele não tem um motor V8 de 5.5 litros, motor típico de um cidadão que come rosquinhas e ovo com bacon no café da manhã.

Lançado em 2000, sofreu pequena reestilização em 2002/2003, onde ganhou novos faróis, novos pára-choques frisos dianteiros e traseiros, e... basicamente isso. Mas foi suficiente pra manter suas vendas boas até agora. O ano de 2007 foi uma chuva de novos modelos hatches e sedans médios, e o Focus acabou ficando pra trás, mas seu desenho, apesar de não chamar mais tanta atenção, ainda é bastante ousado e atual.

Pontos positivos: São vários, a começar do espaço interno. Quem procura um hatch médio, está querendo um motor que não seja de mil cilindradas, que tenha um bom espaço interno, um porta-malas suficiente pra viagens, design diferenciado e seu devido status. O Focus entrega tudo isso, muitas vezes melhor que seus concorrentes, e por um preço competitivo. Quer espaço interno? Ele tem muito, e só perde pro Peugeot 307, que tem um quê de minivan. Quer porta-malas? Ele tem 350 litros que não faz feio diante de muito sedan. Novo Civic sente vergonha perto dele. Motor está na média dos seus concorrentes: 1.6 8 válvulas, com 112 cavalos (com álcool), mas seu trunfo está no câmbio. A Ford ainda tem no câmbio do Focus o conceito 4+E (quatro marchas, mais uma estendida), que talvez não seja tão notório quanto era no saudoso Escort, mas faz bonito: se nas arrancadas ele não chega a impressionar, ele não faz feio perto dos concorrentes e ainda anda na frente do VW Golf, que se diz esportivo, e no final das contas, é o mais econômico, fazendo mais de 11 km/l com álcool em média. Acabamento é algo que nenhum dono pode reclamar, já que os materiais empregados são de boa qualidade, superiores até do que o Novo Vectra (não acredita? Pode conferir!), além de bem encaixados, e botões com acabamento emborrachado, que agrada ao toque. Sem contar que o Focus é digno de aplausos no quesito dirigibilidade, tanto por dentro quanto por fora. Por dentro são os botões e comandos sempre à mão, volante de quatro raios do tamanho certo, com ajuste de altura e profundidade de série, o câmbio que pode ser encarado como confortável, mas tem seus pontos garantidos com a esportividade, e o baixíssimo ruído interno. Por fora contam a favor os pneus 195/65 com raio 15, que grudam no chão e cantam grosso quanto chamados além do limite, e os amortecedores, referência no mercado, que deixam ele confortável para as ruas esburacadas e firmes para as curvas mal projetadas (que a gente adora) das nossas rodovias.


Pontos negativos: Sim ele tem, e confesso que quando comprei, achei que teria menos. Um ponto péssimo é o pára-brisa, que faz bonito durante dias ensolarados, mas é pior que um submarino em dias chuvosos – culpa dos limpadores mal projetados que não recolhem toda a água de maneira bem distribuída, e ainda por cima pulam quando o vidro não está totalmente molhado. Outro item que ainda é motivo pra dor de cabeça é um ‘toc’ seco que se ouve ao passar mais rápido por lombadas e desníveis, e que tem origem na parte de trás: são os cintos retráteis de três pontos traseiros, que trazem segurança acompanhada do tal barulhinho. Já tentei sanar o problema, mas ainda não consegui. Há ainda o banco do motorista, com regulagem de altura, mas da maneira mais estranha: abaixe a mão sobre o banco, e você encontra uma manivela, gire a manivela e você descobre que só o assento sobe e desce, enquanto o encosto fica parado. Os faróis de dupla parábola iluminam bem, mas não chegam a ser ótimos. Eles cumprem seu papel, mas podiam ser melhores. O rádio que vem de série a partir da versão GLX (opcional na versão de entrada, a GL) toca MP3, encaixa-se no painel inteiriço mantém a mesma iluminação dos outros mostradores, caixas de som na medida, com bom volume, mas seu display faz passar vergonha, não mostrando nem o nome da música, não tendo opção de RDS, e com um equalizador pífio. O Fiat Palio, de categoria inferior, tem tudo isso em seu rádio original. Um item às vezes esquecido, mas que faz falta, que poderia ser democratizado e fornecido nas versões mais simples, é o computador de bordo.

Em relação custo-benefício, o Focus é sempre citado positivamente nos comparativos, desde os modelos de entrada, até a versão top Ghia. Ele entrega mais, e melhor, por menos. Seu custo de manutenção fica abaixo da média de seus rivais, e tem o menor prêmio de seguro.

Algo que merece atenção é a dúvida de como vai ficar o mercado de revenda quando chegar seu sucessor, prometido pro segundo semestre deste ano. A contar pela sua procedência, o Focus atual deve encarar muito bem. É esperar pra ver.

- Vinícius Esgalha, que como Henry Ford, compra carro de qualquer cor, desde que seja preto.

Vermelho

Pára tudo. Estava eu passando pelas alamedas de Alphaville, quando me deparo com um Civic SI, vermelho. Aquele carro sabe chamar atenção. Eu fiquei imaginando comigo mesmo, como convencer um vendedor da concessionária de que eu queria fazer um test drive em um desses.

Estava dirigindo pacatamente, mas a imagem de um carro desses na sua frente é instigante. Paramos no semáforo, e ao sairmos, o tiosinho do Civic SI resolveu testar as habilidades do carro... e eu tentei acompanhar de perto... tentei.

Eu já estava desistindo, quando outra beldade aparece ao lado do primeiro:


Exatamente, um Corvette Z06. Rapidamente eu peguei meu celular pra tirar foto dele (tirar foto ainda não é proibido, não é?). Tirei essa daí de cima, e algumas outras, que não ficaram muito legais.

Não consegui um ângulo melhor. Fiquei atrás do carro, e tomando cuidado para não bater nele, afinal, não faço nem idéia do preço de um pára-choque de um carro desses (se é que tem preço).

Foi momentâneo... logo num retorno, menos de 500 metros a frente, o 'Vette retornou e eu segui meu caminho.

São essas coisas que fazem o dia da gente ficar mais colorido, ou digamos, mais 'vermelho'.

- Vinícius Esgalha, aceitando doações para comprar um desses.

Mercado: Como Escolher seu Carro?

“Brasileiro é apaixonado por carro”. Essa é uma frase padrão, já proferida até em comerciais de TV, e ela reflete o estágio em que a nossa economia se encontra. Hoje, graças a planos econômicos implantados desde a década de 90, o carro é um bem de consumo que abrange até classes mais baixas: é possível comprar um carro pagando R$ 1,00 (um real) de entrada, e dividindo todo o restante em mais de cinco anos, pagando parcelas próximas de 300 reais.

Não pense que isto é bom, mas tem seus pontos favoráveis. Não vou entrar neste mérito neste post. O carro hoje é um bem de status, de poder, e já está deixando de ser um meio de transporte. Vide os recordes de trânsito batidos em varias cidades.

O fato é que todo mundo compra carro hoje em dia, e com tantas opções no mercado, como é possível chegar à conclusão sobre o carro ideal? Existem alguns passos básicos para isso:

Defina seu limite.
Se você só pode gastar até 30 mil reais, então não procure carros que comecem em R$ 29.900, já que o IPVA cobrado em São Paulo, por exemplo, ficaria em R$ 1.196, o seguro perto dos R$ 1.600, e alguns acessórios já somariam mais R$ 2.000, e no final você gastou R$ 34.696. Escolha um nível de valor, e procure carros que custem de 2 a 4 mil reais a menos do que isto.

Não se deixe levar.
Tanto por impulso, quanto por promoções ‘arrasadoras’. A compra de um carro deve ser feita com calma, e uma boa pesquisa pode levar alguns meses. Mesmo se você estiver decidido, nunca compre o carro na primeira vez que for à concessionária: demonstre interesse, e espere o vendedor lhe procurar, ele com certeza fará uma proposta mais tentadora, e vocês farão um acordo melhor. Outra coisa que deve ser evitada são as promoções que são anunciadas como ‘último final de semana’, ou ‘feirão de fábrica’. Elas trazem muitas ofertas boas, mas na maioria das vezes, a venda acaba sendo por impulso, e quem vai ficar com a sensação de ter feito besteira depois é o comprador.

Tenha o dinheiro em mãos.
Não faça a besteira de comprar um carro sem entrada, ou com entradas inferiores a 50% do valor do veículo. O ideal é que você tenha o dinheiro integral à vista, mas isso acontece em menos da metade das vendas realizadas hoje. O consórcio é uma boa opção para quem não tem a determinação de juntar dinheiro em poupança, e para quem não quer esperar para ser contemplado em consórcio, existem dois métodos bastante utilizados para parcelar o restante do valor, o financiamento e o leasing. O financiamento está em desuso por que os vendedores adoram empurrar o leasing. O leasing é uma ótima opção, pois costuma ter taxas de juros menores que as do financiamento, porém no leasing o veículo é do banco até terminar as parcelas e caso você não consiga pagar, você pode ser obrigado a devolver o bem, e outra coisa que nenhum vendedor fala é que se você faz um leasing e as parcelas fiquem em R$ 832,78, e se você deseja antecipar algumas parcelas, o valor de cada parcela continua inalterado, enquanto que no financiamento, existe abatimento dos juros em caso de pagamento adiantado.

Conheça seus concorrentes (1).
Não os seus inimigos, mas os concorrentes do carro que você escolheu. Se por exemplo você escolher um GM Celta, quer seja por admiração, por preço ou por indicação de um amigo, leve em consideração também um VW Gol, um Fiat Palio, um Ford Ka e outros carros na mesma faixa de preço e categoria. Não misture carros de valores e categorias diferentes, a menos que você tenha dinheiro suficiente para pagar pelo de maior valor, e que esteja envolvendo escolhas emocionais. Neste caso é possível comparar um VW New Beetle com um Chrysler PT Cruiser, mesmo com sua diferença de categoria absurda e diferença de preço passando dos R$ 20 mil, eles são concorrentes diretos: ambos os compradores agem por emoção, são saudosistas, e optaram esses carros pelo status e pelo estilo retrô.

Conheça seus concorrentes (2).
Não basta levar em consideração, tem que conhecer. Vá até uma concessionária, agende um test drive, peça emprestado o carro pro cunhado, admire o carro na rua, procure opiniões na internet, veja comparativos em revistas. Todos esses itens são essenciais para formar sua opinião sobre seu futuro carro. É nesta fase que se costuma mudar de opinião, e gostar de um carro que nem passava pela sua cabeça.

Porque não um usado?
Com o mercado aquecido, as fábricas a todo vapor, as revendas faturando alto, você já parou pra se perguntar pra onde vão todos os carros usados? Eles vão para as concessionárias, no setor de usados, e acabam indo parar nas ruas de novo. Acontece que como o mercado brasileiro nunca havia vivenciado compras e vendas tão freqüentes, é possível encontrar carros com menos de um ano de uso, com menos de 15 mil km rodados, em ótimo estado, revisados e com garantia. Por exemplo, pagando 36 mil reais você pode comprar um VW Fox 1.6 ‘seco’ zero km, sem opcionais (nem sequer uma trava elétrica), ou um Peugeot 307, com três anos de uso, com motor 1.6 16 válvulas, recheado de opcionais (inclusive ABS).

Pesquise todos os gastos.
Não é só o valor do carro que está envolvido. Consulte seu corretor, faça uma cotação de seguro para seu perfil, às vezes um carro mais barato pode sair mais caro. Uma VW Parati 1.8 Plus começa custando R$ 39.170, e sua principal concorrente a Fiat Palio Weekend 1.8 HLX começa em R$ 48.520. São mais de nove mil reais de diferença, mas o custo do seguro da perua da VW pode chegar a mais do dobro do prêmio pago pela perua da Fiat, e você acaba tendo o retorno desses R$ 9.000 de diferença em menos de 3 anos. Leve em consideração também a desvalorização do veículo. Por padrão, quanto mais caro, mais desvaloriza, mas esta regra tem lá suas exceções, pesquise em revistas do ramo as desvalorizações padrão para cada modelo que procura. Procure também saber quanto custa a manutenção, o reparo. Um carro mais requintado pode custar barato para comprar, mas pode ser uma surpresa quando for trocar um farol, por exemplo.

Pare e pense.
Você precisa mesmo de um carro? Você precisa de um carro novo? Você vai ter dinheiro para pagar? Vai valer a pena? O carro que você escolheu, serve para o que você precisa? Se você respondeu não para algum dos itens acima, volte para o primeiro tópico e comece de novo a busca pelo carro ideal. Se sim, é bom ler de novo pra ter certeza, afinal, você não está comprando um lanche numa rede de fast food e você não pode se arrepender depois.

Ao ataque.
Vá até a concessionária, converse com o vendedor. Se a conversa não está agradando, procure outra concessionária. O poder está na mão de quem compra, e não o contrário. O atendimento pode fazer toda a diferença, desde o cafezinho oferecido até a honestidade de mostrar os pontos bons e ruins do carro, mostrar todas as taxas embutidas e os valores totais que deverão ser desembolsados. Não realize uma compra (e isto vale para outros mercados além do automobilístico) se você não se sentir bem, e se isto não for te fazer feliz, se não for cumprir uma necessidade. Chegando à conclusão, vá em frente, teste, compre, faça seguro, dirija com cuidado, e seja feliz!

- Vinícius Esgalha, que está feliz por ter arrancado os cabelos procurando o carro ideal.

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Carro dos Sonhos: Citroën C4 VTR


Vamos combinar uma coisa: essa seção de ‘Carro dos Sonhos’ é o carro dos MEUS sonhos, ok? O Citroën C4 VTR é um deles. Não é tão caro, se comparado com outros carros vendidos por aqui, aliás, existem carros mais caros vendidos até com mais freqüência, o Land Rover Discovery 3 é um exemplo. Mas o C4 é um carro que eu não posso comprar, e adoraria ter, por isso esta categoria.

Para quem não se lembra desse carro, é aquele que vira robô no comercial da TV.


Não estou falando do C4 Pallas, que apesar de muito bom, melhor e maior até que Ford Fusion, e que tem vendido bastante. Também não estou falando do C4 hatch (versão não VTR) que não é vendida no Brasil, e que por enquanto não faz falta.

Motivos para admiração? Hmm, vejamos... É um carro com alma esportiva, logo de cara se vê isso pela ausência das portas traseiras. O motor 2.0 16V, de 143 cv (6000 rpm), é um velho conhecido nosso – ele está no Brasil desde o começo do milênio no Peugeot 307 – e como nesse, o desempenho está longe de um legitimo esportivo, mas promete aceleração de 0 a 100 km/h em 9,2s e velocidade máxima de 207 km/h (dados de fábrica).

Mas ainda não é isso que chama atenção nele. Repare no design. É um legitimo francês, que não é formado na escola de design italiana, mas está aprendendo. Repare nos ângulos. A janela traseira é dividida em duas e possui um aerofólio no meio. Repare na tecnologia. Volante com centro fixo (no começo é estranho, mas tem seu charme, e acaba parecendo um centro de comandos), direção elétrica é excessivamente leve, mas progressiva. Suspensão hidráulica. Os faróis, de xenônio, podem ser direcionais. Ligue o carro e quatro painéis amarelos gigantescos são acesos nos seus olhos. Tudo digital. Isso tudo meu amigo, é que faz a diferença: nenhum outro concorrente na faixa dos 80 mil reais tem.

Mais um item: ele tem porta-perfume, pra dissipar o cheiro dentro do carro. Coisa de francês. Frescura, mas ainda assim, nenhum outro tem.

Pode procurar outros concorrentes. Você vai achar coisas muito interessantes. O próprio Peugeot 307 Griffe é muito bom, mas está no mesmo patamar de preço, não chama tanta atenção nas ruas, e tem diversos itens a menos. O Volvo C30 é outra vedete do momento, e compartilha a mesma intenção do VTR: ambos têm vocação esportiva, 3 portas, visual atraente, e são novidades. Mas o Volvo não tem os faróis direcionais, o motor é o mesmo 2.0 (é verdade que o Volvo tem outras opções mais esportivas, mas a de 2 litros é a mais vendida por aqui), o porta-malas mal leva uma bandeja de iogurte, a tampa do porta-malas é toda de vidro (o que chama atenção), mas é minúscula, e por final, ele só leva quatro pessoas, com conforto, mas a 5ª pessoa tem que ficar de fora. Fora desta faixa de preço temos a BMW Série 1; o Audi A3; e a Mercedes Classe A; concorrentes da mesma categoria, mas esses são pelo menos 50% mais caros.

Imagino que você deve estar se perguntando: “Mas então esse carro não tem nada demais? Ele é só mais um nas ruas...” e é aí que está o meu ponto: esse é um carro exclusivo, que poucas pessoas têm e que quase não se vê nas ruas, e que tem uma ótima relação custo/benefício. O poder de exclusividade é algo muito apreciado e que geralmente custa caro, e este Citroën não cobra tanto assim.

- Vinícius Esgalha, que vai fazer um test drive no VTR e vai postar aqui de novo.

Ponto de Vista: Toyota Corolla

Pronto! Nossa lista de sedans médios está completa (ou quase, já que há rumores do novo Ford Focus entre esse ano e o outro, e não deve vir só o hatch, sem contar o Fiat Linea). Mas convenhamos, nunca tivemos tanta opção no nosso mercado: Chevrolet Vectra, Honda New Civic, Nissan Sentra, Renault Megane...

O primeiro post desse blog não poderia ser, senão, um lançamento que promete balançar o mercado atual, e o novo Corolla está aí pra isso.

Novo? É, bem... sim, é novo, mas não espere mudanças drásticas como no Honda. O Corolla está de visual novo, continua bem resolvido, mas ele ficou mais elegante, e parece ter perdido um pouco da jovialidade (será falta do Brad Pitt nos comerciais?), mas está mais imponente, principalmente na dianteira, que lembra seu irmão maior, o Camry.

Atributos ele tem, e de sobra, afinal o nosso público tem aumentado a expectativa à respeito de um automóvel, mas está aquém do europeu e do norte americano. Todas as revistas de automóveis só querem saber dele nesse mês, e não é por menos – Ele tem todos os itens que o antecessor tinha, e mais itens, tanto de conforto, quanto de segurança.

O Civic reinava tranqüilo no mar dos sedans-médios-que-não-tem-cara-de-tiozão. Ao contrário do Sentra, ninguém precisa avisar que ele não tem cara de carro de um senhor de meia idade, bem posicionado. Agora quem quer dividir esse pedaço das águas é o Corolla. Ele tem um visual agressivo e jovem, talvez até mais que o último Corolla, mas agora, sem apelos publicitários para ênfase nesse ponto: o Toyota está acima disso, ele parece ter claro qual é seu público, e está só esperando seu futuro dono ir pegá-lo na loja. Ele quer abocanhar um pedaço nobre do mercado, que fica entre a sobriedade do GM Vectra, e a esportividade do Honda Civic.

Taí, mudou, gostei, ficou bem melhor, mas resta uma pergunta, e só o tempo vai dizer: será que ele vai bater seu principal concorrente e retomar o primeiro lugar?

- Vinícius Esgalha, que ainda prefere um hatch à um sedan, e queria ver o Civic Hatch que não vem para o Brasil.

AutoDreams - Start

É isso aí senhoras e senhores, let's get started!

Este blog terá por finalidade mostrar o ponto de vista do autor - no caso, eu - sobre as atualizades automobilísticas. O que se passa no mercado atual, os lançamentos, testes particulares, impressões sobre carros inatingíveis (leia-se, caros demais).

As atualizações deste blog serão periódicas, e caso você queira acompanhar por um leitor de RSS (feeds) é só clicar Aqui ou em 'Assinar: Postagens (Atom)' no fim da página.

- Vinícius Esgalha, testando sua primeira postagem no Blogger.