Teste Completo: Ford Focus

Habemus Focus! Sim! Muito bom! Posso dizer com todas as palavras, já que sou um feliz proprietário, e prometo tentar não ser tendencioso nesse post.

Primeiro vamos à minha saga:

1- A Oportunidade
Eu estava feliz e contente com meu carro anterior (que falarei em outro post), até que me surge a oportunidade: trocar de carro. Dinheiro no bolso (ou em crédito, depende do ponto de vista), vamos lá procurar um carro...

2- As Opções
O problema é que não temos só uma opção de carro (feliz era meu pai, que só podia escolher entre Fusca e Brasília, e não ficava com dúvidas na cabeça). Cheguei à conclusão que seria mais difícil do que eu imaginava: depois de várias eliminações, fiquei entre VW Polo, GM Astra, e o Ford Focus.

3- A Escolha
Com a idéia amadurecendo na cabeça, fui atrás dos três carros finalistas, e fiz um test drive. Confesso que só consegui ter certeza do que estava escolhendo depois desse passo. Fiz a minha decisão...

4- A Decisão
... E até que foi fácil: Ford Focus. Optei por um preto, GLX por vir com bastante itens de série, e semi-novo por questões de custo. E lá estava eu conhecendo a novidade do mercado, o Fiat Punto, quando me aparece o Focus brilhando no pátio de carros usados. Foi amor à primeira vista.

Agora sim, vamos ao teste.

O Focus é um carro muito bem resolvido, sucesso na Europa, sucesso na América Latina, e no Brasil não podia ser diferente: sucesso desde o lançamento. Creio que só não é sucesso com os norte-americanos porque ele não tem um motor V8 de 5.5 litros, motor típico de um cidadão que come rosquinhas e ovo com bacon no café da manhã.

Lançado em 2000, sofreu pequena reestilização em 2002/2003, onde ganhou novos faróis, novos pára-choques frisos dianteiros e traseiros, e... basicamente isso. Mas foi suficiente pra manter suas vendas boas até agora. O ano de 2007 foi uma chuva de novos modelos hatches e sedans médios, e o Focus acabou ficando pra trás, mas seu desenho, apesar de não chamar mais tanta atenção, ainda é bastante ousado e atual.

Pontos positivos: São vários, a começar do espaço interno. Quem procura um hatch médio, está querendo um motor que não seja de mil cilindradas, que tenha um bom espaço interno, um porta-malas suficiente pra viagens, design diferenciado e seu devido status. O Focus entrega tudo isso, muitas vezes melhor que seus concorrentes, e por um preço competitivo. Quer espaço interno? Ele tem muito, e só perde pro Peugeot 307, que tem um quê de minivan. Quer porta-malas? Ele tem 350 litros que não faz feio diante de muito sedan. Novo Civic sente vergonha perto dele. Motor está na média dos seus concorrentes: 1.6 8 válvulas, com 112 cavalos (com álcool), mas seu trunfo está no câmbio. A Ford ainda tem no câmbio do Focus o conceito 4+E (quatro marchas, mais uma estendida), que talvez não seja tão notório quanto era no saudoso Escort, mas faz bonito: se nas arrancadas ele não chega a impressionar, ele não faz feio perto dos concorrentes e ainda anda na frente do VW Golf, que se diz esportivo, e no final das contas, é o mais econômico, fazendo mais de 11 km/l com álcool em média. Acabamento é algo que nenhum dono pode reclamar, já que os materiais empregados são de boa qualidade, superiores até do que o Novo Vectra (não acredita? Pode conferir!), além de bem encaixados, e botões com acabamento emborrachado, que agrada ao toque. Sem contar que o Focus é digno de aplausos no quesito dirigibilidade, tanto por dentro quanto por fora. Por dentro são os botões e comandos sempre à mão, volante de quatro raios do tamanho certo, com ajuste de altura e profundidade de série, o câmbio que pode ser encarado como confortável, mas tem seus pontos garantidos com a esportividade, e o baixíssimo ruído interno. Por fora contam a favor os pneus 195/65 com raio 15, que grudam no chão e cantam grosso quanto chamados além do limite, e os amortecedores, referência no mercado, que deixam ele confortável para as ruas esburacadas e firmes para as curvas mal projetadas (que a gente adora) das nossas rodovias.


Pontos negativos: Sim ele tem, e confesso que quando comprei, achei que teria menos. Um ponto péssimo é o pára-brisa, que faz bonito durante dias ensolarados, mas é pior que um submarino em dias chuvosos – culpa dos limpadores mal projetados que não recolhem toda a água de maneira bem distribuída, e ainda por cima pulam quando o vidro não está totalmente molhado. Outro item que ainda é motivo pra dor de cabeça é um ‘toc’ seco que se ouve ao passar mais rápido por lombadas e desníveis, e que tem origem na parte de trás: são os cintos retráteis de três pontos traseiros, que trazem segurança acompanhada do tal barulhinho. Já tentei sanar o problema, mas ainda não consegui. Há ainda o banco do motorista, com regulagem de altura, mas da maneira mais estranha: abaixe a mão sobre o banco, e você encontra uma manivela, gire a manivela e você descobre que só o assento sobe e desce, enquanto o encosto fica parado. Os faróis de dupla parábola iluminam bem, mas não chegam a ser ótimos. Eles cumprem seu papel, mas podiam ser melhores. O rádio que vem de série a partir da versão GLX (opcional na versão de entrada, a GL) toca MP3, encaixa-se no painel inteiriço mantém a mesma iluminação dos outros mostradores, caixas de som na medida, com bom volume, mas seu display faz passar vergonha, não mostrando nem o nome da música, não tendo opção de RDS, e com um equalizador pífio. O Fiat Palio, de categoria inferior, tem tudo isso em seu rádio original. Um item às vezes esquecido, mas que faz falta, que poderia ser democratizado e fornecido nas versões mais simples, é o computador de bordo.

Em relação custo-benefício, o Focus é sempre citado positivamente nos comparativos, desde os modelos de entrada, até a versão top Ghia. Ele entrega mais, e melhor, por menos. Seu custo de manutenção fica abaixo da média de seus rivais, e tem o menor prêmio de seguro.

Algo que merece atenção é a dúvida de como vai ficar o mercado de revenda quando chegar seu sucessor, prometido pro segundo semestre deste ano. A contar pela sua procedência, o Focus atual deve encarar muito bem. É esperar pra ver.

- Vinícius Esgalha, que como Henry Ford, compra carro de qualquer cor, desde que seja preto.

2 comentários:

Renata disse...

Só tenho um comentário a fazer: Até hoje nunca andei num carro tão gostoso quanto o Focus!

Unknown disse...

O unico focus que eu uso ultimamente é o botcao.setFocus()